E chegou o momento mais esperado.
- Rayssa Andrade, Formafit Alagoas. - falou o locutor geral.
E a única coisa que havia de ser feito após levantar minha mão é ir lá e dar o melhor de mim.
Pulo, mergulho, então veio a tona, junto com toda aquela água, a vontade de vencer, a ansiedade e o cansaço, mas no fundo de todos esses pensamentos, eu podia sentir a impulsão de minhas pernas acelerando, podia ver meus braços, junto de minhas pernas, arremessando-me para frente com uma velocidade inexplicável, e bem la no fundo, dentro de todos os pensamentos e percepções eu podia sentir as vibrações, positivas, do lado de fora da piscina, e nessa hora o meu desejo de ganhar só aumentou, era como se eu não me controlasse mais, como um mecanismo dentro de mim no piloto automático, eu queria ter a sensação de estar no topo. Sinto o meu oxigênio acabando, mas ainda faltava metros à nadar, levanto a cabeça, tomo ar, e continuo com o movimento, numa flexibilidade absurda. A preocupação, o sufoco, a vontade de vencer, de respirar, tudo volta a meus pensamentos e isso cada vez mais me deixa sem escolha, era continuar nadando ou continuar nadando.
E então, depois de 35 segundos e 67 centésimos, com as duas mãos alinhadas e impulsionadas para frente, finalmente eu encosto na placa, olho para o lado, vejo que não fui a primeira e sim a quinta, olho ao redor, tudo passa como um filme em câmera lenta por meus olhos, olho para o céu e penso, valeu a pena!
Rayssa Andrade.
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